domingo, 10 de outubro de 2010

Dia Nove





Me pego sentindo
Coisas que não sei explicar bem o quê
São pedaços inteiros
Saudades incoerentes
Vontades justificáveis
Vazios sei lá porquê
E nesse meio de muitas coisas, coisas muitas,
Me pego sentindo sem o menor sentido
Um alguém.


09/10/10

quinta-feira, 22 de julho de 2010

Vontade

É frágil.
Sensível ao pensamento.
Vontades frágeis.
De ir, viajar, entrar, ficar,sair, pausar.
Um instante.
Já não há mais vontade.

quarta-feira, 21 de julho de 2010

Uma Verdade Modificada


E que se condene a mentira! Porque condená-la? A mentira tem as sua verdades e as verdades têm as suas mentiras. Nasceram juntas e são irmãs gêmeas univitelinas.
É fato que a mentira é uma ação social, uma questão de gentileza muitas vezes. Porque não dá pra ser sincero a todo tempo! Se todos os seres humanos fossem totalmente e indiscutilvelmente sinceros seria o caos. As pessoas não iriam suportar a convivência com o outro, os casamentos não durariam, já que em todo casamento, sem excessão, é sempre bem vindo uma mentirinha social. Portanto, a nossa espécie não se perpetuaria!
Quanto mais se mente mais comum se torna mentir e mais sagaz torna-se o indivíduo para criar sua doce e prazerosa mentira.Mentir pelo simples e puro prazer. As crianças com sua doce inocência mentem para fugir do castigo, os adultos com sua amarga inocência mentem para fugir para o pecado.
Uma ideia que passa veloz na cabeça, milésimos de segundos, o suor nas mãos e a mentira já está feita. A mentira seduz e é silenciosa. Talvez a mentira não exista, apenas modifica-se a verdade. A suposta mentira já é característica humana, todos mentem. E que atire a primeira pedra quem nunca mentiu!

quinta-feira, 15 de julho de 2010

Lentes de Aumento

Abrir a janela e deixar o sol entrar
Viver sem medo
Descobrir segredos que a rotina não queria me contar

Entre o perto e o longe
O certo e o errado
Existem as lentes de aumento
Deixando tudo mais claro
Menos previsível
Me fazendo agir
Me fazendo tentar.

Até a última gota!

Vejo pessoas que admiro indo embora cedo e percebo o quanto a vida é curta. Não quero viver pouco tempo, por mais que minha vida seja intensa. Quero poder me ver morrer aos poucos, ver minha pele flácida e meu rosto velho no espelho. Quero poder olhar pra traz e dizer que no meu tempo era tudo diferente, mesmo sabendo que por mais que as coisas se transformem elas sempre são as mesmas. Quero poder contar para os meus netos histórias que eu vivi em um tempo distante que não volta mais. Contar sorrisos, lágrimas, aventuras, amores, encontros, pessoas, ilusões, desilusões, cicatrizes, medos, sonhos e realizações. Quero poder ter a certeza de que vivi cada gota do que é meu por direito. Não quero que me sobre vida, não vou economizá-la.

quinta-feira, 8 de abril de 2010

Mais um.

Ao jantar vejo no noticiário o caos. É difícil ter que assistir e ver tanta dor, angústia, desgosto e sofrimento. A vontade é de colocar um fone de ouvido e olhar para a comida, e fingir que não ouço e não posso ver, fingir que não estou nesse país, nesse mundo e que não faço parte dessas pessoas que se matam aos poucos. Fingir que não sou gente. Mas não posso. Estaria me omitindo. Ver a cidade ao lado da minha, ser destruída pela fúria da natureza. Pessoas que poderiam ser eu, você. Minhas palavras são muito comuns e parecem clichês? Não há nada mais clichê do que a morte. Todo mundo morre. Eu vou morrer. Você vai morrer.
Perdi a fome.

quarta-feira, 7 de abril de 2010

Contato


O fragmento do movimento
A pele na própria pele
Permitir tocar e sentir tocar

Desequilíbrio controlado
Controle desequilibrado

Pernas alongadas
Pontas esticadas
Ela faz parte do ar
A música rege a alma
Da bailarina que foi voar.