quinta-feira, 8 de abril de 2010

Mais um.

Ao jantar vejo no noticiário o caos. É difícil ter que assistir e ver tanta dor, angústia, desgosto e sofrimento. A vontade é de colocar um fone de ouvido e olhar para a comida, e fingir que não ouço e não posso ver, fingir que não estou nesse país, nesse mundo e que não faço parte dessas pessoas que se matam aos poucos. Fingir que não sou gente. Mas não posso. Estaria me omitindo. Ver a cidade ao lado da minha, ser destruída pela fúria da natureza. Pessoas que poderiam ser eu, você. Minhas palavras são muito comuns e parecem clichês? Não há nada mais clichê do que a morte. Todo mundo morre. Eu vou morrer. Você vai morrer.
Perdi a fome.

quarta-feira, 7 de abril de 2010

Contato


O fragmento do movimento
A pele na própria pele
Permitir tocar e sentir tocar

Desequilíbrio controlado
Controle desequilibrado

Pernas alongadas
Pontas esticadas
Ela faz parte do ar
A música rege a alma
Da bailarina que foi voar.

segunda-feira, 5 de abril de 2010


Fazia calor. Tempo seco. A vontade era que nevasse.
Deitada na cama olhava para as estrelinhas que sua mãe colocara no teto e pensava em como a vida era rica. Rica lá fora. E cheia ali dentro, ali na cabeça que pensa, que gira e cria.

quinta-feira, 1 de abril de 2010

O pior.

A vontade de escrever tudo que vem a minha cabeça, a aula de física onde tudo é explicado racionalmente e as ações tem um porquê. A minha inquietude deve ter um porquê, ao qual desconheço. Inquietude que me faz buscar, inventar, corrigir, pesquisar, procurar, pensar, reduzir, aumentar, gritar, agir, silenciar. O difícil silêncio que me falta. A pequena pausa de uma vida composta por urgências. Urgente sempre. Correndo sempre.Vivendo além do limite, além do que é possível existir. Complexo. Me entender é complexo. Não sei, me pareço simplesmente complexa; Um ser mutante e mutável. Me pego dando o melhor de mim no que faço, me pego expondo o pior... O pior de mim mesma.

(Aula de física, 08:34, 24/03/2010)